autor(a): Sérgio de Carvalho

Os que ficam


Escrita em 2015, "Os que ficam" apresenta uma reflexão sobre as dificuldades da arte política na atualidade, a partir do retrato de um grupo de artistas que ensaia a peça "Revolução na América do Sul", de Augusto Boal, na década de 1970, período de endurecimento da ditadura civil-militar no Brasil

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O livro

FICHA TÉCNICA

Gênero teatro
Formato 14 x 19 cm
Peso 180 g
ISBN 9788553092048

Escrita em 2015, Os que ficam é um diálogo teatral com Augusto Boal. Inspirada em fragmentos da peça Revolução na América do Sul, de 1960, e em escritos pessoais como a autobiografia Hamlet e o filho do padeiro, esta dramaturgia da Companhia do Latão apresenta um grupo de artistas de teatro que ensaia a peça de Boal na década de 1970, momento em que a repressão estava cada vez mais sufocante.

A partir desse núcleo temático, o texto discute a censura, a violência da ditadura, a necessidade de sobrevivência econômica, o apelo ao trabalho na televisão, o exílio de autores e, mais profundamente, a resistência da cultura contra os interesses do capital.

Os que ficam traz ao leitor a oportunidade de conhecer não só parte do histórico de luta de Boal e de sua geração, mas de resgatar os aprendizados do passado para construir o presente. A peça produz, assim, uma reflexão sobre as dificuldades da arte política na atualidade.

Esta edição possui Apresentação de Sérgio de Carvalho, Posfácio de Iná Camargo Costa e Notas sobre o processo de Julián Boal, além de fotografias da montagem. Ainda, a publicação reúne, na seção Anexos, a Ficha técnica da estreia, as partituras das canções compostas pela companhia para a peça e Sugestões de estudos para o leitor interessado em dar continuidade a pesquisas relacionadas.

O fluxo da peça demonstra as ambiguidades e contradições do trabalho artístico em uma época politicamente escura. Nele encontramos o tema basilar da Companhia do Latão, a crítica anticapitalista, e a autorreflexão como expediente teatral e político. A afetividade é o porto seguro em seu fluxo, que promove o reconhecimento dos impasses de hoje.

— Priscila Matsunaga

O autor

Sérgio de Carvalho é dramaturgo, encenador e pesquisador de teatro. É diretor do grupo teatral Companhia do Latão, fundado em 1997. Professor na área de dramaturgia na Universidade de São Paulo, atua no departamento de artes cênicas da Escola de Comunicações e Artes desta universidade desde 2005.

Tem graduação em jornalismo, mestrado em artes cênicas (1995), doutorado em literatura brasileira (2003) e livre-docência em dramaturgia (2017).  Foi professor de teoria do teatro na Unicamp entre 1996 e 2005 e colaborou com diversos veículos de comunicação, sendo cronista do jornal O Estado de S. Paulo. Realizou conferências na Casa Brecht de Berlim (2008), na Goethe Universidade de Frankfurt (2009) e em centros culturais da Argentina, Cuba, Espanha, Grécia, México e Portugal. Foi premiado como encenador pela União dos Escritores e Artistas de Cuba pela montagem de O círculo de giz caucasiano, de Brecht, em 2008. Entre seus muitos espetáculos estão O nome do sujeito (1998), A comédia do trabalho (2000), Ópera dos vivos (2010) e O pão e a pedra (2016). Editou as revistas de cultura Vintém e Traulito. Dirigiu também shows de música e filmes, como Senhorita L ou Valor de troca, para a TV Cultura, em 2007.

Sérgio de Carvalho © Nino Andrés