Nascido em 1946, Jean-Pierre Sarrazac é um dos nomes fundamentais para se pensar o teatro hoje. Diretor, dramaturgo, ensaísta e professor universitário, desde 1974 esteve à frente de inúmeras encenações não só das peças de sua autoria, que somam mais de vinte, mas de dramaturgos que vão de Strindberg a Valère Novarina. Entre 1976 e 1981 atuou como formador de atores no Teatro Nacional de Estrasburgo, e, nos anos seguintes, como conselheiro artístico e literário na Comédie de Caen e de Reims, as mais importantes instituições teatrais das duas cidades. É professor emérito na Université Sorbonne Nouvelle – Paris III e professor convidado da Universidade Católica de Louvain, na Bélgica, com um percurso acadêmico marcado pela colaboração em diversas publicações coletivas, colóquios e conferências na França e no exterior. Entre suas obras críticas, traduzidas para mais de quinze línguas em todo o mundo, dois clássicos dos estudos teatrais contam com edições brasileiras, Léxico do drama moderno e contemporâneo (Cosac Naify, 2013) e Poética do drama moderno: de Ibsen a Koltés (Perspectiva, 2017), além desta Crítica do teatro que agora se apresenta. Outros nove títulos do autor permanecem inéditos no país. Aluno de Bernard Dort e Roland Barthes, e fortemente influenciado por ambos, Sarrazac é responsável por desenvolver conceitos que se tornaram chave para a compreensão do drama: a teatralidade, o teatro rapsódico e a arte do “desvio” são alguns deles. Em contínua atividade crítica, este homem do teatro tem se debruçado sobre os trabalhos de Strindberg, Brecht, Beckett, Koltès, Lagarce e Ibsen.