Nascido em 30 de dezembro de 1962, na cidade de Anfouin, no Togo, Kossi Efoui dedica-se ao campo das artes desde jovem: é escritor de romances e crônicas, ensaísta e dramaturgo, além de ator e diretor. Em meados da década de 1980, como estudante de filosofia na Universidade de Lomé, instituição onde também desenvolveu mestrado na área, o autor integrou o movimento de oposição ao regime instaurado em 1967 pelo militar Gnassingbé Eyadéma em seu país natal. Por causa dessa atuação, precisou exilar-se na França, onde vive até hoje. Já radicado no país europeu, em 1990, Kossi Efoui escreve sua primeira peça, A encruzilhada, vencedora do 16º Concours Théâtral Interafricain. A partir daí, o autor se insere de vez no circuito cultural francês: seu texto de estreia não somente é encenado no Festival da Francofonia de Limoges como também é publicado pela revista Théâtre Sud. Suas peças seguintes, Récupérations [Recuperações], de 1992, e La Malaventure [A desventura], de 1993, compõem uma trilogia com A encruzilhada. Ao todo, Kossi Efoui é autor de nove textos teatrais. Nesse jogo de combinações, o autor costuma trabalhar em conjunto com artistas visuais e profissionais do palco (diretores, atores, figurinistas, compositores e responsáveis técnicos de diversas categorias) no decorrer de seu processo criativo, que culmina em textos cuja preocupação central é o corpo e suas representações na sociedade pós-moderna. De maneira constante, colabora com a companhia teatral francesa Théâtre Inutile. Além da atuação no campo do teatro, a experiência de Kossi Efoui como cronista se dá especialmente no jornal pan-africano Jeune Afrique. Como romancista, somam-se cinco obras publicadas, todas pelas Éditions du Seuil: La Polka [A polca] (1998); La Fabrique de cérémonies [A fábrica de cerimônias] (2001) – vencedora do Grand Prix Littéraire d’Afrique noire; Solo d’un revenant [Solo de uma assombração] (2009) – reconhecida pelas premiações Tropiques, Ahmadou-Kourouma e Prix des Cinq continents de la Francophonie; L’Ombre des choses à venir [A sombra das coisas por vir] (2011); e Cantique de l’acacia [Cantiga da acácia] (2017). Suas atividades de escrita dividem-se entre a criação e a condução de oficinas na França e fora dela, não somente em ambientes acadêmicos, mas em espaços como associações culturais, hospitais e unidades penitenciárias. A obra do autor também é bem recebida no âmbito universitário, sobretudo por estudiosos na França. Entre os trabalhos realizados sobre Efoui, destacam-se os de duas docentes da Universidade Sorbonne Nouvelle – Paris 3: Sylvie Chalaye, que organizou um número especial da revista Africultures (Le Théâtre de Kossi Efoui, une poétique du marronnage, n. 86. Paris: L’Harmattan, 2011), e Pénélope Dechaufour, autora de tese de doutorado sobre o autor pela mesma instituição.