Nascida em 4 de abril de 1914 em Gia Dinh, perto de Saigon (Cochinchina), hoje Vietnã, Marguerite Duras radicou-se definitivamente em Paris aos 19 anos, e logo começou os estudos em Direito e Ciências Políticas. Atuou em diversas frentes ao longo de sua vida: foi romancista, novelista, poeta, roteirista, diretora de cinema e de teatro, além de dramaturga. Ao longo de sua trajetória, Duras construiu uma obra que refletiu sobre si mesma e sobre a existência humana, acompanhada de elementos como: memória, linguagem, passagem do tempo, encontros e interações entre os sujeitos. Pertencendo ao mesmo caldo cultural de onde surgiram Edgar Morin, Jean-Luc Godard e Alain Resnais, com quem colaborou sendo a roteirista de Hiroshima mon amour, Duras foi importante figura para o cenário cultural e político de seu tempo. Após ter trabalhado para o Serviço de Informação do Ministério das Colônias, em 1938, e de ter escrito um livro que louvou a colonização francesa, em 1939-40, Duras aderiu a outra plataforma política. Em 1945, filiou-se ao Partido Comunista, após ter participado da resistência francesa, que se opunha à ocupação nazista na França. Mais tarde, seria expulsa do partido por “má conduta”, comentário de cunho moral que julgava a vida íntima da autora. Numa crítica à moralidade e ao projeto cultural europeu, fazendo da loucura, do vazio e do amor plataforma para explorar o humano, Duras deu forma a um universo singular. Por meio dele, navegava pelo tema da liberdade, pensava sobre modelos de linguagem e refletia sobre a vivência das mulheres, sendo múltipla, polifônica e avant-garde. Marguerite Duras faleceu aos 81 anos de idade, em 3 de março de 1996. A escritora está sepultada no cemitério de Montparnasse, em Paris.