Aimé Césaire foi um poeta, dramaturgo, ensaísta, militante e líder político que, além de ter tido um papel fundamental na tomada de consciência dos atores políticos e culturais do anticolonialismo, tornou-se um dos escritores proeminentes do século 20. Césaire chega a Paris, em 1931, para ingressar em cursos preparatórios de entrada na renomada École Normale Supérieure. Nesse período, o escritor conhece Léopold Sédar Senghor, primeiro presidente do Senegal pós-independência, além de um dos grandes poetas de seu país. Juntos, Césaire e Senghor dão vida à revista L’étudiante noir, em que refletiam e elaboravam discussões acerca da negritude pelo viés literário e filosófico. Tempo depois, inicia sua carreira política, em 1945, como presidente da câmara e prefeito de Fort-de-France. Suas escritas para o teatro se iniciaram em 1946. Em todos os textos dramáticos que Césaire produziu, nota-se uma característica comum: a presença de um herói visionário, que faz referência a uma figura histórica relevante, em um ambiente de forte discurso político, com o intuito de despertar no leitor/espectador pensamento crítico.