No box Três peças da Companhia do Latão, a Temporal lança, em edição inédita e especial, as peças: Os que ficam, O pão e a pedra e Lugar nenhum . As obras são de autoria do dramaturgo Sérgio de Carvalho, em colaboração com o grupo teatral Companhia do Latão, e lançam olhar sobre o Brasil das décadas de 1960, 1970 e 1980, a partir de perspectivas, personagens e episódios distintos.
As três edições aqui apresentadas reúnem textos de Apresentação às peças, por Sérgio de Carvalho. Além de Notas sobre o processo de montagem, de autoria de Julián Boal (Os que ficam), Helena Albergaria (Lugar nenhum) e Maria Lívia Goes (O pão e a pedra), na seção “Anexos”, o leitor encontra Ficha técnica de estreia de cada uma das produções, Partituras das canções compostas para trilha sonora e Sugestões de estudo sobre a Companhia do Latão e os diversos temas aos quais cada uma das peças se refere.
Ilustradas por fotografias das montagens, as edições ainda reúnem textos complementares assinados por pensadores contemporâneos familiarizados com a produção teatral da Companhia do Latão, que têm por objetivo inserir o leitor no universo do grupo e trazer diferentes olhares para as questões que os textos dramatúrgicos suscitam.
A professora aposentada da Universidade de São Paulo Iná Camargo Costa assina Posfácio em Os que ficam. Em Lugar nenhum, o texto é assinado pela jornalista e psicanalista Maria Rita Kehl. Por fim, O pão e a pedra conta com Posfácio assinado pelo editor e jornalista Mario Sergio Conti.
Por que ler as peças?
Embora as peças não constituam uma trilogia e possam ser lidas individualmente – todas igualmente prazerosas, esclarecedoras e questionadoras –, juntas, elas esboçam um amplo panorama do Brasil que se transforma a partir da década de 1960 e permitem identificar diversos problemas do país atual sob chave crítica. Se Lugar nenhum desconforta o leitor com seus personagens alheios à realidade, O pão e a pedra, por sua vez, suga quem o lê para dentro da vida de milhares de trabalhadores brasileiros. Ou, ainda, enquanto em Os que ficam vê-se uma classe artística que se dispõe até as últimas consequências para fazer teatro, os artistas de Lugar nenhum mostram-se preocupados apenas com suas próprias questões existenciais.
Com destaque para o conjunto de quadros que se apresentam nas dramaturgias deste box, Três peças da Companhia do Latão constitui uma rica janela de análise para a sociedade brasileira.